Menopausa e Coração: Entenda os Riscos e Cuidados Essenciais

Com o aumento da expectativa de vida, é comum que as mulheres vivam um terço ou mais de suas vidas após a menopausa. Essa fase, marcada pela queda dos níveis de estrogênio, não afeta apenas a fertilidade, mas também a saúde cardiovascular, metabólica e emocional. Estudos indicam que o envelhecimento ovariano, mais do que o cronológico, é um dos principais responsáveis pelo aumento do risco cardiovascular nesta fase da vida.

A deficiência estrogênica compromete a função das artérias, aumenta a inflamação sistêmica e contribui para o acúmulo de gordura visceral, alterações nos lipídios e elevação da pressão arterial. Além disso, sintomas emocionais como ansiedade, depressão e insônia intensificam esse risco. A menopausa precoce, especialmente, está associada a maior incidência de fibrilação atrial e eventos cardíacos.

Para prevenir doenças cardiovasculares, é fundamental que as mulheres em transição para a menopausa passem por uma avaliação de risco individualizada. São utilizados escores tradicionais como o Escore de Risco Global, complementados por fatores específicos da saúde feminina, como menopausa precoce, distúrbios do sono, histórico gestacional e doenças autoimunes. Quando necessário, exames como escore de cálcio coronariano e angiotomografia coronária podem ser indicados para refinar essa avaliação.

O tratamento com terapia hormonal da menopausa (THM) pode ser uma boa opção para mulheres sintomáticas, desde que não apresentem contraindicações cardiovasculares. A THM deve ser iniciada preferencialmente até dez anos após a menopausa e pode melhorar sintomas vasomotores e proteger os ossos. A via e a dose devem ser ajustadas ao perfil de risco da paciente, sendo a via transdérmica frequentemente preferida por ter menor risco tromboembólico.

Para aquelas que não podem ou não desejam usar hormônios, há alternativas seguras e eficazes. A prática regular de atividade física, alimentação equilibrada e cuidados com a saúde emocional, incluindo terapia cognitivo-comportamental, são fundamentais. Medicamentos como antidepressivos e fitoterápicos também podem ser considerados.

A abordagem ideal é sempre personalizada, levando em conta o histórico clínico, os sintomas e os objetivos de cada mulher.

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